Cera de Carnaúba Tipo 1

Carnaubeira

A carnaubeira (Copernicia sp.) é uma palmeira nativa encontrada principalmente nos estados do Nordeste brasileiro. Elas ocorrem com maior incidência ao longo dos cursos d’água, que as protegem do processo de erosão. A propagação se dá naturalmente a partir da dispersão de sementes e o Ceará é um dos estados com a maior ocorrência de “carnaubais“. Desta palmeira, obtém-se o pó cerífero, constituído especialmente por cutina, um biopoliéster, e cera, uma mistura complexa majoritariamente formada por compostos alquilícos de cadeia longa. Produto cobiçado, estima-se que mais de 85% da cera produzida no Brasil é exportada, restando aproximadamente (e apenas) 15% para o mercado interno; que acaba sendo utilizada pela indústria química, de impermeabilizantes, componentes automotivos, indústria farmacêutica, informática, entre outras.

Cera de Carnaúba

Tecnicamente, a cera de carnaúba pode ser descrita como um sólido plástico, bastante duro, que apresenta um ponto de fusão entre 81 e 86 ºC, e é constituído de uma complexa mistura de ésteres de ácido e hidroxi-ácidos. Apresenta-se em três tipos: I, III e IV. A cera do Tipo I é proveniente do “pó olho”, que é o pó extraído da folha ainda fechada da carnaubeira. Essa cera tem grande utilização na indústria de cosméticos, de alimentos e de fármacos. Os Tipos III e IV têm origem do pó da palha, sendo o Tipo III de cor marrom escura, normalmente utilizada em tintas, vernizes e cera para polimento; e o Tipo IV de cor preta, sendo geralmente empregada na fabricação de papel carbono.

Cera de Carnaúba Tipo I

Conforme já exposto, este tipo de cera é produzida a partir do pó extraído do “olho” da carnaubeira e possui uma coloração amarelo-claro. Normalmente, é comercializada na forma de escamas e é empregada na fabricação de cosméticos e no recobrimento de produtos alimentícios, devido ao seu baixo índice de acidez, reduzido percentual de impurezas e por se tornar incolor durante o processo de fusão. Dentre os “tipos”, é o considerado mais nobre, sendo o único a ser utilizado pela indústria farmacêutica, como veículo ou excipiente na fabricação de medicamentos. Em cosméticos, é empregada para dar consistência a cremes, hidratantes, batons e protetores labiais. Além disso, forma um filme protetor que retém a umidade e protege a pele.

Concentração de uso: de acordo com a aplicação. Cada formulador deve realizar um estudo detalhado para ajustar a concentração do produto de acordo com sua necessidade.