Nome do Produto: | Óleo essencial de alho QUINARÍ | |
Nome em Inglês: | Garlic Essential Oil | |
Nome Científico: | Allium sativum | |
Origem: | ![]() |
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Método de Extração: | Arraste de vapor dos bulbos | |
Descrição: | Líquido amarelado com um intenso odor de alho. Não é lacrimejante. | |
Informações Gerais: | Produzido especialmente na China, o óleo essencial de alho é empregado na indústria alimentícia (como agente flavorizante na formulação de temperos e condimentos) e no setor agrícola (como ativo em formulações de defensivos com perfil ecológico). É rico em dissulfeto de dialila, um sulfeto que tem sido objeto de extensas pesquisas devido à sua notável capacidade de atuar sobre diferentes microrganismos por múltiplos mecanismos de ação. | |
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Óleo Essencial de Alho
O óleo essencial de alho, extraído por arraste de vapor dos bulbos de Allium sativum, é um líquido amarelado que apresenta um intenso odor de alho. Não é lacrimejante, mas seu cheiro é tão forte que afugenta até os maiores apreciadores deste condimento. É extraído, em especial, na China e sua produção, a nível mundial, não é muito significativa em razão do seu baixo rendimento em óleo e do seu pequeno nicho de mercado – restrito a indústria alimentícia (flavorizante), ao setor agrícola (como ativo em formulações de defensivos com perfil ecológico) e, raramente, na aromaterapia. Na sua composição, há cerca de 50% de dissulfeto de dialila, 20% de trissulfeto de dialila e vários outros sulfetos.
Propriedades Terapêuticas
De acordo com vários estudos, o óleo essencial de alho é usado como agente anti-hipertensivo, no tratamento de úlceras, verminoses e no combate aos altos níveis de colesterol e gordura. Conforme Chan (2002) em “Protective effect of three diallyl sulphides against glucose-induced erythrocyte and platelet oxidation, and ADP-induced platelet aggregation“, o dissulfeto de dialila e o trissulfeto de dialila são ótimos agentes antitrombóticos, pois inibem de maneira satisfatória a agregação plaquetária induzida pela adenosina difosfato (ADP), tal como a aspirina (Ácido Acetilsalicílico – AAS). Isto é muito importante, afinal, desta maneira, há fortes evidências de que o óleo essencial de alho pode reduzir eventos adversos cardiovasculares em pacientes portadores de Doença Arterial Coronariana (DAC) e outras. Ainda conforme Chan (2002), o dissulfeto e o trissulfeto citados protegem os eritrócitos (glóbulos vermelhos) da oxidação induzida pela glicose. A oxidação, neste caso, acelera o envelhecimento natural dos eritrócitos bem como a remoção destas células (fagocitose) por outras células designadas para este fim; prejudicando a homeostasia.
Lahlou (2005) em “Cardiovascular effects of the essential oil of Aniba canelilla bark in normotensive rats” afirma que o óleo essencial de alho é um excelente agente hipotensor, capaz de reduzir, de maneira confiável a PA (pressão arterial) descompensada (alta) sem produzir este mesmo efeito “hipo” em indivíduos saudáveis. Isto significa que pessoas com a PA normal não sofrem uma queda da PA por conta da ingestão deste óleo, o que é muito positivo. Quanto ao mecanismo de ação, neste caso, suspeita-se que ele atue como um bloqueador dos canais de cálcio, tais como os fármacos hipotensores nifedipina, anlodipino e nicardipina. Grosso modo, a alta concentração de cálcio no organismo pode causar vasoconstrições (com elevação da PA); logo, o bloqueio destes canais (de cálcio) diminui a PA por conta do subsequente “efeito” vasodilatador. Ainda, de acordo com Helen (1999) em “Antioxidant role of oils isolated from garlic (Allium sativum Linn) and onion (Allium cepa Linn) on nicotine-induced lipid peroxidation“, o óleo essencial de alho protege contra a peroxidação lipídica – neste estudo induzida pela nicotina – elevando, assim, a atividade de enzimas antioxidantes e da GST (Glutationa S-Transferase). A GST é uma enzima desintoxicante que – nos humanos – promove a conjugação de carcinógenos que sofrem prévia bioativação pelas enzimas de fase I do metabolismo de xenobióticos no interior do citocromo P450. Isto significa que este óleo, ao aumentar a atividade da GST, pode diminuir a toxicidade de substâncias mutagênicas, contribuindo para a desintoxicação do organismo.
Óleo Essencial de Alho na Produção de Defensivos Agrícolas Ecológicos
Conforme citado, o óleo essencial de alho contém, em média, 50% de dissulfeto de dialila. Este composto tem sido objeto de extensas pesquisas devido à sua notável capacidade de atuar sobre diferentes microrganismos por múltiplos mecanismos de ação. Estudos apontam que o dissulfeto de dialila pode comprometer a integridade das membranas celulares de bactérias e fungos, além de interagir diretamente com estruturas genéticas (DNA e RNA), inibindo processos essenciais como a transcrição e a replicação. Espécies como Aspergillus flavus e fungos do gênero Fusarium são especialmente sensíveis a essa ação biocida. Mais recentemente, têm-se ampliado os estudos quanto ao potencial inseticida deste óleo essencial. Pesquisas indicam que ele apresenta efeitos larvicidas e ovicidas sobre pragas agrícolas de alta relevância econômica, como a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda). Um estudo publicado em 2014 demonstrou que a aplicação do óleo essencial de alho promove mortalidade embrionária em ovos dessas pragas, interrompendo seu ciclo reprodutivo e, consequentemente, sua proliferação nas lavouras.
Tais características tornam o óleo essencial de alho um ativo estratégico para empresas que buscam desenvolver defensivos agrícolas sustentáveis, alinhados com os princípios da agricultura regenerativa e da agroecologia. Sua aplicação em formulações biodegradáveis, não tóxicas para o ser humano e polinizadores, contribui significativamente para a transição rumo a uma agricultura mais segura e ambientalmente responsável.
Sugestões de Formulações com Óleo Essencial de Alho para Uso Agrícola
A aplicação do óleo essencial de alho em sistemas agrícolas pode ocorrer de diversas formas, dependendo do alvo biológico (fungo, bactéria ou inseto), da cultura agrícola e do tipo de manejo empregado (convencional, orgânico ou agroecológico). A seguir, apresentamos algumas sugestões de formulações que têm sido utilizadas com sucesso em ensaios experimentais e em práticas de campo:
1. Solução Aquosa Emulsionada (Pulverização Foliar)
Objetivo: Controle de fungos fitopatogênicos e larvas de insetos em folhagens.
Formulação Base:
• Óleo essencial de alho: 2,5 mL/L
• Emulsionante natural (ex.: lecitina de soja ou sabão neutro vegetal): 2,0 mL/L
• Água potável: 1 L
Modo de uso: Agitar bem antes da aplicação. Pulverizar diretamente sobre folhas e hastes, preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde. Aplicar semanalmente durante períodos de maior pressão de pragas ou doenças.
2. Biofertilizante Fortificante com Ação Fungicida
Objetivo: Fortalecimento das defesas da planta e prevenção de infecções fúngicas no solo.
Formulação Base (para 20 L):
• Óleo essencial de alho: 40 mL
• Óleo de neem (Azadirachta indica): 50 mL
• Emulsionante: 40 mL
• Extrato de algas marinhas ou húmus líquido: 300 mL
• Água: completar até 20 L
Modo de uso: Aplicar via solo ou foliar, a cada 15 dias, em hortaliças, leguminosas e frutíferas. A formulação é compatível com insumos orgânicos certificados.
3. Tratamento de Sementes (Bioatividade Antifúngica e Estimulante de Germinação)
Objetivo: Redução da incidência de fungos do solo e patógenos sistêmicos.
Formulação Base:
• Óleo essencial de alho: 1 mL
• Água destilada: 100 mL
• Emulsionante vegetal: 0,5 mL
Modo de uso: Imersão das sementes na solução por 15 a 30 minutos antes da semeadura. Secar à sombra antes do plantio.
4. Barreira Natural Contra Insetos (Bio-repelente)
Objetivo: Reduzir a incidência de insetos em bordaduras ou linhas de cultivo.
Formulação Base:
• Óleo essencial de alho: 3 mL/L
• Óleo essencial de citronela ou eucalipto citriodora: 1 mL/L
• Sabão de potássio ou sabão neutro: 2 mL/L
• Água potável: 1 L
Modo de uso: Aplicar em pulverização nas áreas periféricas da lavoura ou nos primeiros 50 cm da planta, a cada 7 dias, especialmente durante os períodos mais quentes.
Considerações Técnicas Importantes:
• O óleo essencial de alho é fotossensível e volátil, portanto, as aplicações devem ser feitas preferencialmente em horários de baixa radiação solar.
• Recomenda-se realizar testes de compatibilidade antes de misturar com outros insumos.
• As formulações podem ser ajustadas conforme a cultura agrícola e as condições climáticas locais.
• Este insumo é permitido em sistemas orgânicos, desde que o óleo essencial seja de origem natural, livre de solventes sintéticos.
Referências Científicas Relevantes:
1. Singh, G. et al. (2001). Chemical constituents, antifungal and antioxidative potential of garlic oil. Food Chemistry, 74(2), 173–179.
2. Tzortzakis, N. G. (2009). Impact of garlic bulb extracts on fungal activities and on growth of inoculated vegetables in soil or soilless conditions. Crop Protection, 28(1), 1–7.
3. Souza, R. M. et al. (2014). Atividade ovicida de óleos essenciais sobre pragas agrícolas: estudo com Spodoptera frugiperda. Revista Brasileira de Agroecologia, 9(1), 112–120.
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